sexta-feira, 15 de junho de 2012

Quebrando o gelo

     Conquistar trabalhadores e empresa é o grande desafio dos profissionais do SESMT

Dentre os muitos problemas que temos em nossa área de atuação um dos mais importantes diz respeito ao não entendimento do trabalho que exercemos por nossos clientes.

Importante pensar sobre isso porque se as pessoas mal sabem o que fazemos corremos um grande risco de estarmos sempre frustrando suas expectativas e por consequência jamais encontrarmos uma melhor posição dentro das organizações.

O que ocorre vem muito antes deste problema.

Na verdade, as pessoas não entendem bem o que é a prevenção de acidentes e associam a nossa área ao conjunto de tantas outras iniciativas paternalistas tão comuns em nossa sociedade. Para a grande maioria segurança se faz quando dá e, por conseqüência, o pessoal da segurança é ouvido quando se quer ouvi-lo. No fundo praticar prevenção acaba sendo um benefício, uma concessão e é claro que vendo as coisas assim não há muito que fazer.

     Daí em diante mesmo com as melhores formações possíveis e imbuídos da máxima boa vontade os profissionais especializados são tragados por esta visão mais do que equivocada e reforçando ainda mais o erro são responsabilizados por tudo que acontece de errado em termos de acidentes.

     O modelo de prevenção acaba sendo uma extensão da vontade do(s) profissional(is) do SESMT que precisaria ser mais do que um super herói para torná-lo real.

     Isso leva à realidade que vemos na grande maioria das empresas. Em algumas delas colegas que vivem verdadeiros malabarismos tentando planejar, executar e inspecionar tudo, vivenciando quase que diariamente uma imensa série de conflitos e tendo que, em muitos casos, pôr em risco o emprego para exercer sua função. Tão ruim quanto isso é vermos em outros locais, um estado de total apatia do corpo técnico prevencionista. Alguns deles, diga se de passagem, muito bem escondidos atrás das imensas pilhas de papéis que inventam para se manter no sistema.

     Ao mesmo tempo e enquanto isso, o trabalho segue ferindo, mutilando, adoecendo, matando e racionalmente sabemos que isso não interessa a ninguém. Então o que falta?

     Falta com certeza uma análise mais profunda dos quadros que temos dentro das empresas e o entendimento por parte dos nossos colegas de que tal como qualquer área técnica e embora a nossa esteja toda baseada em normas legais há necessidade de estratégias para que a área se torne conhecida junto aos nossos clientes. Assim costumamos dizer que falta um período de aproximação e de conhecimento, uma espécie de namoro, para que as partes se conheçam melhor e possam conviver de forma mais harmoniosa.

     Muito antes de oferecer um produto a um cliente, e prevenção de acidentes é um produto, precisamos tentar compreender o quanto o cliente entende sobre aquele produto e se entende, o quanto reconhece de utilidade e benefício em adquiri-lo, investindo nele seus recursos. Quando desconhecemos esta etapa estamos aumentando muito as dificuldades que teremos dali em diante.

     Muitos de nossos colegas afirmam que a área da prevenção implica em atuar com muitos e diversificados conhecimentos e talvez nem saibam o quanto isso é verdadeiro e extenso. E aqui está uma das ações que se espera de um SESMT maduro e bem preparado, conhecer e romper as barreiras que impedem a prevenção indo além do conceito de que as pessoas têm má vontade, entendendo que boa parte do que ocorre se deve à ignorância sobre o assunto, ou à forma inadequada com que foi apresentado.

     Portanto, antes da técnica, que tal um reconhecimento do ambiente em sua volta?
O que você acha de dedicar parte do seu tempo para conhecer as pessoas e avaliar, mesmo que informalmente, o grau de conhecimento e entendimento que elas têm sobre a atuação de nossa área e mesmo do profissional? E, é claro, a partir das conclusões buscar ações que possam mudar paradigmas e reverter situações.

     Não podemos esquecer que a grande complexidade da prevenção passa pela imensa complexidade humana e que a eficácia na aplicação e sucesso não estão nos papéis que escrevemos, nas placas que instalamos, nos equipamentos que indicamos, mas na capacidade de fazer com que as pessoas entendam que tudo isso tem valia e importância para seus negócios, objetivos e vidas.

     Prevenir a resistência infundada à prevenção: uma etapa a mais para buscar o sucesso.

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Pessoas “sincericidas”

Luiz Marins

     Conheço pessoas “sincericidas”. Uma pessoa “sincericida” é aquela que usa da sinceridade absoluta e total no momento errado, no lugar errado, da forma errada, para a pessoa errada, cometendo um verdadeiro suicídio.

     Muitas pessoas se gabam de sua sinceridade, sem perceber que a sinceridade absoluta num momento errado e em local inadequado pode ser altamente ofensiva, rude e condenável. Conheço pessoas que perderam muitos amigos e até seus empregos por “atitudes sincericidas”. Conheço pessoas que falam mal de outras ausentes, em público, sem o menor pudor, se dizendo sinceras. Conheço casamentos que poderiam durar, sendo desfeitos por causa de “verdades” ditas em ocasiões erradas, de forma errada, com palavras erradas.

     É óbvio que não sou advogado da mentira ou da falsidade. Mas quero chamar a atenção do leitor para o fato de que vivemos em sociedade e há certas coisas que só devem ser ditas para a pessoa certa, na hora certa, no local certo - e da maneira certa. Se você tem uma opinião negativa sobre a empresa onde trabalha, sobre seu chefe ou mesmo seu subordinado, não deve sair falando publicamente, por mais que deseje ser verdadeiro e sincero. Conheço chefes que falam muito mal de seus subordinados em rodas de amigos, assim como funcionários que falam mal da empresa em que trabalham a quem queira ouvir.

     Um caso típico de “sincericídio” (quando a verdade surge quando não deveria) ocorreu quando um fornecedor colocou na sua rede social da internet comentários desairosos sobre um de seus clientes. Resultado: é claro que perdeu o cliente. Também conheço casos de funcionários que colocaram em suas redes sociais comentários negativos sobre seus colegas de trabalho e acabaram perdendo o emprego. Nos dois casos tudo que foi dito é verdadeiro e sincero, mas não deveria ser postado numa rede social, é claro.

     Conheço pessoas “sincericidas” que usam de reuniões para publicar sua sinceridade, criando um clima constrangedor entre os participantes. “Eu sou assim mesmo: sou sincero e falo a verdade”, me disse uma dessas “sincericidas”, conhecida pela falta de educação e ausência de polidez ao tratar com as pessoas.

     Pense se você também não é um “sincericida”. Não seja falso, nem mentiroso. Mas pense bem como irá tornar público o seu pensamento. É muito bom que a verdade seja dita e que você seja sincero. Mas faça isso na hora certa, no lugar certo e da forma certa.

     Pense nisso. Sucesso!

sábado, 21 de abril de 2012

O que acontece quando você fica elogiando a inteligência de uma criança


     Gabriel é um menino esperto.

     Cresceu ouvindo isso.

     Andou, leu e escreveu cedo.

     Vai bem nos esportes.

     É popular na escola e as provas confirmam, numericamente e por escrito, sua capacidade.

     “Esse menino é inteligente demais”, repetem orgulhosos os pais, parentes e professores. “Tudo é fácil pra esse malandrinho”.

     Porém, ao contrário do que poderíamos esperar, essa consciência da própria inteligência não tem ajudado muito o Gabriel nas lições de casa.

     - “Ah, eu não sou bom para soletrar, vou fazer o próximo exercício”.

     Rapidamente Gabriel está aprendendo a dividir o mundo em coisas em que ele é bom, e coisas em que ele não é bom.

     A estratégia (esperta, obviamente) é a base do comportamento humano: buscar prazer e evitar a dor. No caso, evitar e desmerecer as tarefas em que não é um sucesso e colocar toda a energia naquelas que já domina com facilidade.

     Mas, como infelizmente a lição de casa precisa ser feita por inteiro, inclusive a soletração, de repente a auto-estima do pequeno Gabriel faz um… crack.

     Acreditar cegamente na sua inteligência à prova de balas, provocou um efeito colateral inesperado: uma desconfiança de suas reais habilidades.
     Inconscientemente ele se assusta com a possibilidade de ser uma fraude, e para protegê-lo dessa conclusão precipitada, seu cérebro cria uma medida evasiva de emergência: coloca o rótulo dourado no colo, subestima a importância do esforço e superestima a necessidade de ajuda dos pais.

     A imagem do “Gabriel que faz tudo com facilidade” , a do “Gabriel inteligente” (misturada com carinho), precisa ser protegida de qualquer maneira.

     Gabriel não está sozinho. São muitos os prodígios, vítimas de suas próprias habilidades de infância e dos bem intencionados e sinceros elogios dos adultos.

     Nos últimos 10 anos foram publicados diversos estudos sobre os efeitos de elogios em crianças.

     Um teste, realizado nos Estados Unidos com mais de 400 crianças da quinta série (Carol S. Dweck / Ph.D. Social and Developmental Psychology / Mindset: The New Psychology of Success), desafiava meninos e meninas a fazer um quebra-cabeças, relativamente fácil.

     Quando acabavam, alguns eram elogiados pela sua inteligência (“você foi bem esperto, hein!) e outros, pelo seu esforço (“puxa, você se empenhou pra valer hein!”).

     Em uma segunda rodada, mais difícil, os alunos podiam escolher entre um novo desafio semelhante ou diferente.

     A maioria dos que foram elogiados como “inteligentes” escolheu o desafio semelhante.

     A maioria dos que foram elogiados como “esforçados” escolheu o desafio diferente.

     Influenciados por apenas UMA frase.

     O diagrama abaixo mostra bem as diferenças de mentalidade e o que pode acontecer na vida adulta.
     O Malcom Gladwell tem um ótimo livro sobre a superestimação do talento, chamado “Fora de Série” (“outliers”). Lá aprendi sobre a lei das 10 mil horas, tempo necessário para se ficar bom em alguma coisa e que já ensinei pro meu filho.

     Se você tem um filho, um sobrinho, ou um amigo pequeno, não diga que ele é inteligente. Diga que ele é esforçado, aventureiro, descobridor, fuçador, persistente.

     Celebre o sucesso, mas não esqueça de comemorar também o fracasso seguido de nova tentativa.

sábado, 7 de abril de 2012

NR 35 - Trabalho em Altura

     O post de hoje tem como objetivo informar a todos que no final de março, finalmente, foi aprovada a NR 35 - TRABALHO EM ALTURA.

     Esta NR vem suprir uma lacuna que havia nas Normas, visto que o regramento sobre segurança no trabalho em altura existia apenas na NR 18 (CONDIÇÕES E MEIO AMBIENTE DE TRABALHO NA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO), e portanto somente poderia ser exigido em locais onde a NR 18 fosse aplicável.

     Na NR 35, assim como em outras Normas, há disposições que se interrelacionam, como, por exemplo, regras específicas sobre equipamentos de proteção individual (EPI), atestado de saúde ocupacional (ASO) e Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO).

     A NR-35 estabelece os requisitos mínimos e as medidas de proteção para o trabalho em altura, como o planejamento, a organização e a execução, a fim de garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores envolvidos direta ou indiretamente com esta atividade.

     Também faz referência às responsabilidades do empregador e do trabalhador. Por exemplo, ao empregador, caberá garantir a implementação das medidas de proteção estabelecidas na NR, bem como desenvolver procedimentos para as atividades rotineiras de trabalho em altura, garantindo que qualquer trabalho em altura só se inicie depois de adotadas as medidas de proteção definidas na NR.

     Ao trabalhador, caberá cumprir as disposições legais e regulamentares sobre trabalho em altura, inclusive os procedimentos expedidos pelo empregador; interromper suas atividades exercendo o direito de recusa, além de zelar pela sua segurança e saúde e a de outras pessoas que possam ser afetadas por suas ações ou omissões no trabalho.

     Capacitação – A NR-35 estabelece que o empregador deverá promover um programa para capacitação dos trabalhadores para a realização de trabalho em altura. Trabalhador capacitado para o trabalho em altura é aquele que foi submetido e aprovado em treinamento, teórico e prático, com carga horária mínima de oito horas. O conteúdo deve, no mínimo, incluir normas e regulamentos aplicáveis, dentre eles ao trabalho em altura; análise de risco e condições impeditivas; Equipamentos de Proteção Individual e condutas em situações de emergência.

     Desta forma, todo trabalho em altura deverá ser planejado, organizado e executado por trabalhador capacitado e autorizado. Trabalhador autorizado para trabalho em altura é aquele capacitado, cujo estado de saúde foi avaliado, tendo sido considerado apto para executar essa atividade e que possua anuência formal da empresa. Caberá ao empregador avaliar o estado de saúde dos trabalhadores que exercem atividades em altura.

     As obrigações gerais da NR-35 entram em vigor seis meses após sua publicação. A obrigatoriedade de treinamento e capacitação ofertadas pelo empregador entram em vigor daqui a 12 meses.

     TV NBR fala sobre NR-35 do trabalho em altura 

     A luta da FNE (Federação Nacional dos Engenheiros) em defesa da segurança no trabalho em altura, que culminou com a publicação da NR-35, pelo MTE (Ministério do Trabalho e Emprego), foi notícia da TV NBR, do Governo Federal.

     Preocupada com essa questão, a federação solicitou ao Ministério do Trabalho a criação de um grupo tripartite para elaboração de uma norma específica para trabalho em altura. A publicação da NR-35 foi comemorada por José Manoel Teixeira, diretor do SEESP e representante da FNE no grupo tripartite da CTPP (Comissão Tripartite Paritária Permanente), instituída pela SIT (Secretaria de Inspeção do Trabalho) do MTE. “A FNE saiu na frente quando propôs a criação dessa norma tão importante para preservar a vida de milhões de trabalhadores", destacou Teixeira.


Veja abaixo a NR 35 - Trabalho em Altura.


     Para as empresas que necessitam realizar trabalhos em altura e não possuem profissionais nem experiencia para a realização desta atividade com segurança, recomendo entrar em contato com a empresa Resgate & Aventura, esta empresa é minha parceira a um bom tempo e realiza as atividades com excelencia e um preço bastante justo.

Segue contatos:

sábado, 31 de março de 2012

Aprenda com os golfinhos!

     Toda vez que assisto a shows aquáticos com golfinhos fazendo várias brincadeiras e dando saltos de até cinco metros fora da água, pergunto-me: qual é o segredo dos treinadores para alcançar tamanha excelência na apresentação? Pesquisas apontam que os golfinhos estão entre os animais mais inteligentes, mas convencê-los a promover um espetáculo é algo desafiador.

     Gregory Bateson, biólogo e antropólogo, observou os padrões de comunicação dos golfinhos no Instituto de Pesquisas Marítimas, no Havaí. Ele trabalhou com os instrutores nos treinos e espetáculos públicos e fez descobertas muito curiosas e interessantes. Vejamos a seguir.

     O processo começou com um golfinho não treinado. No primeiro dia, quando o golfinho fez alguma coisa inesperada, como colocar a cabeça para fora da água, o instrutor usou um apito e, como recompensa, deu-lhe um peixe. Sempre que o golfinho se comportava daquela maneira, o instrutor apitava e lhe jogava peixe. Golfinho é esperto! Já falei... Logo ele aprendeu que ganharia peixe toda vez que executasse aquele determinado comportamento e aprendeu a regra da repetição+recompensa.
     No dia seguinte, ao observar a aproximação do instrutor, o golfinho logo colocou a cabeça fora da água, esperando seu café da manhã, mas não o obteve. Ele não entendeu nada e ficou frustrado. Repetiu várias vezes e já irritado com seu treinador, deu um salto para fora da água. Então, o instrutor usou o apito e lhe deu um peixe. E, claro, sempre que ele repetia essa nova proeza, recebia a recompensa. Golfinho é esperto! Já falei... Ele logo aprendeu a regra da inovação+recompensa.

     Esse padrão de treinamento se repetiu durante duas semanas. O golfinho repetia a proeza do dia anterior, mas não ganhava peixe. Algumas vezes, repetia saltos de outros dias tentando impressionar seu treinador, mas não ganhava peixe. Lá para o décimo quinto dia ele aprendia definitivamente que a regra era clara: recompensa somente para novos movimentos. Então, inovava a cada apresentação aumentando cada vez mais seu repertório.

     Bateson também observou que o instrutor jogava peixes para o golfinho fora da situação de treinamento. Ele ficou intrigado e ao perguntar a razão desse prêmio extra, ouviu: “Isso é para manter o relacionamento em termos amigáveis. Afinal, se não cultivarmos esse vínculo ele não vai se interessar em aprender alguma coisa”.

     Agora imaginemos que os vendedores, fornecedores ou prestadores de serviço sejam golfinhos e os clientes ou consumidores sejam os seus treinadores. Por melhor que seja seu produto ou serviço (proezas), seu cliente pode já ter acostumado e espera algo novo ou extraordinário para continuar comprando o que você vende (peixe). Essa é a regra do jogo do mercado consumidor ávido por inovações! Os golfinhos da Apple, por exemplo, aprenderam rapidamente que design, inovação, simplicidade, perfeição e estado da arte são garantias de muitos peixinhos e domínio do mercado.

     Seu cliente põe o peixe em sua mesa até certo ponto, pois ao descobrir que o concorrente (outro golfinho) oferece um novo benefício, cria um novo valor ou promove uma nova experiência, passa a desejar essa mesma proeza de sua parte. Mas, se você demora demais para entender o que seu cliente deseja e, principalmente, inovar sua oferta, perderá sua recompensa. O problema é que muitas vezes seu cliente, ou melhor, treinador, já está recompensando outro golfinho mais esperto e eficiente porque você é lento demais para aprender as regras do jogo.

     Por outro lado, vejo muitos trabalhadores infelizes com suas carreiras, reclamando de salários baixos e da falta de promoções, oportunidades ou sorte. São como golfinhos que não aprendem a regra do jogo inovação+recompensa. Acham que não precisam evoluir seus saltos, proezas ou números, pois têm seu peixinho ali todo dia. Esquecem-se de que esse peixinho é somente o peixinho da relação, aquele que é dado para manter as coisas no nível amigável.

     Por melhor que seja seu salário, chegará um momento em que o peixe não é mais suficiente e outros golfinhos criarão e buscarão aprimorar-se com o desenvolvimento de novas competências e garantirão cargos, salários e comissões maiores. Gerentes, diretores e contratantes buscam diariamente novas ações, idéias e atitudes. Golfinho que agrega mais valor a si mesmo, ao aquário e ao espetáculo merece uma recompensa maior do que aquele desinteressado em aprender, crescer e evoluir.

     Alguns leitores mais atentos perguntarão: E o apito? Ah! O apito é uma mensagem que o treinador usa para fazer com que o golfinho entenda que ele fez uma nova+ação (inovação) que gerou seu interesse. Ou seja, o apito significa "Gostei! Repita o comportamento que você teve agora”. Nas empresas, somente os líderes sabem a hora certa de apitar e conduzir cada membro da equipe. O cliente também apita com o intuito de mostrar o que deseja ou necessita, mas o golfinho vendedor está mais interessado na comissão do que na experiência ou espetáculo final.

     Enfim, os golfinhos são inteligentes e já aprenderam conosco. Resta-nos aprender com eles. A regra do jogo é clara: Ganha mais quem agrega mais valor ao espetáculo! O que você sempre fez não atende mais às expectativas do treinador, nem arranca mais sorrisos e encantamentos da platéia. Quer mais peixe? Quer maiores recompensas? Faça mais! Faça diferente! Faça melhor! Seja hoje uma versão inédita de si mesmo. O que faz a diferença hoje é a diferença que você realmente faz em seu aquário. Quando começa seu novo show?

     Vamos! Salte! Mova-se!

Marcos Antonio de Sousa

quinta-feira, 29 de março de 2012

O anel

"Não tentes ser bem sucedido, tenta antes ser um homem de valor."

Albert Einstein

     Quanto você vale?

     - Venho aqui, professor, porque me sinto tão pouca coisa, que não tenho forças para fazer nada. Dizem-me que não sirvo para nada, que não faço nada bem, que sou lerdo e muito idiota. Como posso melhorar? O que posso fazer para que me valorizem mais?

     O professor, sem olhá-lo, disse:

     - Sinto muito meu jovem, mas não posso te ajudar, devo primeiro resolver o meu próprio problema. Talvez depois.

     E fazendo uma pausa, falou:

     - Se você me ajudasse, eu poderia resolver este problema com mais rapidez e depois talvez possa te ajudar.

     - C...claro, professor, gaguejou o jovem, que se sentiu outra vez desvalorizado e hesitou em ajudar seu professor.

     O professor tirou um anel que usava no dedo pequeno e deu ao garoto e disse:

     - Monte no cavalo e vá até o mercado. Devo vender esse anel porque tenho que pagar uma dívida. É preciso que obtenhas pelo anel o máximo possível, mas não aceite menos que uma moeda de ouro. Vá e volte com a moeda o mais rápido possível.

     O jovem pegou o anel e partiu. Mal chegou ao mercado, começou a oferecer o anel aos mercadores. Eles olhavam com algum interesse, até quando o jovem dizia o quanto pretendia pelo anel. Quando o jovem mencionava uma moeda de ouro, alguns riam, outros saíam sem ao menos olhar para ele, mas só um velhinho foi amável a ponto de explicar que uma moeda de ouro era muito valiosa para comprar um anel. Tentando ajudar o jovem, chegaram a oferecer uma moeda de prata e uma xícara de cobre, mas o jovem seguia as instruções de não aceitar menos que uma moeda de ouro e recusava as ofertas.

     Depois de oferecer a jóia a todos que passaram pelo mercado, abatido pelo fracasso montou no cavalo e voltou. O jovem desejou ter uma moeda de ouro para que ele mesmo pudesse comprar o anel, assim livrando a preocupação e seu professor e assim podendo receber ajuda e conselhos.

     Entrou na casa e disse:

     - Professor, sinto muito, mas é impossível conseguir o que me pediu. Talvez pudesse conseguir 2 ou 3 moedas de prata, mas não acho que se possa enganar ninguém sobre o valor do anel.

     - Importante o que disse: meu jovem, contestou sorridente o mestre. - Devemos saber primeiro o valor do anel. Volte a montar no cavalo e vá até o joalheiro. Quem melhor para saber o valor exato do anel? Diga que quer vendê-lo e pergunte quanto ele te dá por ele. Mas não importa o quanto ele te ofereça, não o venda. Volte aqui com meu anel.

     O jovem foi até o joalheiro e lhe deu o anel para examinar. O joalheiro examinou-o com uma lupa, pesou-o e disse:

     - Diga ao seu professor, se ele quiser vender agora, não posso dar mais que 58 moedas de ouro pelo anel.

     O jovem, surpreso, exclamou:

     - 58 MOEDAS DE OURO!!!
  
     - Sim, replicou o joalheiro, eu sei que com tempo poderia oferecer cerca de 70 moedas , mas se a venda é urgente...

     O jovem correu emocionado para a casa do professor para contar o que ocorreu.

     - Sente-se, disse o professor, e depois de ouvir tudo que o jovem lhe contou, disse:

     - Você é como esse anel, uma jóia valiosa e única. E que só pode ser avaliada por um expert. Pensava que qualquer um podia descobrir o seu verdadeiro valor???

     E dizendo isso voltou a colocar o anel no dedo.

     - Todos somos como esta jóia. Valiosos e únicos e andamos pelos mercados da vida pretendendo que pessoas inexperientes nos valorizem.

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Uma leitura necessária: Percepção

     Um homem sentou-se em uma estação de metro em Washington DC e começou a tocar violino; era uma fria manhã de janeiro. Ele tocou seis peças de Bach por aproximadamente 45 minutos. Durante esse tempo, considerando que era horário de pico, calcula-se que 1100 pessoas passaram pela estação, a maioria a caminho do trabalho.

     Três minutos se passaram, e um homem de meia-idade percebeu que um músico estava tocando. Ele diminuiu o passo, parou por alguns segundos, e então se apressou a seus compromissos.

     Um minuto depois, o violinista recebeu sua primeira gorjeta de 1 dólar: uma mulher arremessou o dinheiro na caixa e continuou a andar.

     Alguns minutos depois, alguém encostou-se na parede para ouvi-lo, mas o homem olhou para seu relógio e voltou a andar. Obviamente ele estava atrasado para o trabalho.

     O qual prestou mais atenção foi um garoto de 3 anos de idade. Sua mãe que o trazia, o apressou, mas o garoto parou pra olhar o violinista. Por fim, a mãe o empurrou fortemente, e a criança continuou a andar, virando sua cabeça a toda hora. Essa ação se repetiu por muitas outras crianças. Todos os pais, sem exceções, os forçaram a seguir andando.

     Nos 45 minutos que o músico tocou, apenas 6 pessoas pararam e ficaram lá por um tempo. Aproximadamente 20 o deram dinheiro, mas continuaram a andar normalmente. Ele recebeu $32. Quando ele acabou de tocar, ninguém percebeu. Ninguém aplaudiu, tampouco houve algum reconhecimento.

     Ninguém sabia disso, mas o violinista era Joshua Bell, um dos mais talentosos músicos do mundo. Ele acabara de tocar umas das peças mais difíceis já compostas, em um violino que valia $3,5 milhões de dólares.
     Dois dias antes de ele tocar no metrô, Joshua bell esgotou os ingressos em um teatro de Boston onde cada poltrona era aproximadamente $100.

     Esta é uma história real. Joshua Bell tocou incógnito na estação de metrô, que foi organizado pelo Washington Post como parte de um experimento social sobre percepção, gosto, e prioridade das pessoas. O cabeçalho era: no ambiente comum em quma hora inapropriada: Nós percebemos a beleza? Nós paramos para apreciá-la? Nós reconhecemos talento em um contexto inesperado?

     Uma das possíveis conclusões desse exoerimento poderia ser:

     Se nós não temos tempo para parar e ouvir um dos melhores músicos do mundo tocando algumas das melhores músicas já compostas, quantas outras coisas mais não estamos perdendo?

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

O outro Johnny!

     Em uma reunião da Associação de Pais e Mestres, uma mãe entusiasmada se aproximou do professor e perguntou:

     - Como está indo o meu filho Johnny?

     O professor imaginou que a mãe daquele Johnny que só tirava notas baixas não faria este tipo de pergunta, e decidiu descrever efusivamente um outro Johnny: o das notas altas.

     Na manhã seguinte Johnny aproximou-se do professor e disse:

     - Obrigado pelo que o senhor disse à minha mãe sobre mim. Quero que saiba que me esforçarei para tornar realidade as suas palavras.

     Ao final daquele ano, Johnny já fazia parte da lista de melhores alunos da escola.

(História verídica cujo professor é Jaime Escalante, imigrante boliviano que lecionou por vários anos em Los Angeles – EUA)

     Este é o Efeito Pigmalião, a profecia auto-realizável: Quando acreditamos nas pessoas e deixamos que elas saibam disso através de nossas palavras e atitudes, elas tendem a corresponder às nossas expectativas e entregar melhores resultados. Este é um dos maiores estímulos motivacionais que um líder pode prover a seus liderados: acreditar neles.

     Reflita por alguns instantes: Como você trata as pessoas das quais tem altas expectativas? E as pessoas de quem não espera tanto assim, com você as trata? É bem provável que perceba que daqueles de quem espera muito, você dedica mais atenção, tempo e paciência, diferente do que acontece com aqueles de quem espera pouco. Isso não vale apenas para o ambiente profissional, mas pessoal e familiar também.

     Como líderes, se dedicarmos mais tempo e atenção às pessoas, se acreditarmos nelas e demonstrarmos isso através de nossas atitudes e palavras, os resultados certamente serão diferentes.

Tratando as pessoas como se elas fossem “o outro Johnny”, as chances delas melhorarem seu desempenho se tornam radicalmente maiores.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Armazenamento de Líquidos Inflamáveis

Abrigo para tambor

     Muitas instalações industriais e estabelecimentos comerciais compram líquidos inflamáveis em tambores de 200 litros. Para o uso rotineiro eles transferem estes líquidos para recipientes menores. Os tambores devem satisfazer os rígidos padrões do INMETRO para que possam estar qualificados como recipientes para transporte de líquidos inflamáveis. Porém, estes padrões não servem para qualificar os tambores como recipientes de armazenamento de longo prazo.

     Muitos usuários assumem que é seguro armazenar tambores fechados exatamente como foram recebidos. Um tambor para ser seguro para armazenamento deve ser protegido contra a exposição a riscos de incêndio e explosão.

     O armazenamento externo deve ser preferido em relação ao interno. Porém, os tambores devem ser protegidos contra a luz solar direta e contra outras fontes de calor. O tampão deve ser substituído por um respiro de alívio vácuo-pressão, tão logo o tambor fechado seja aberto. Este tipo de respiro deve ser instalado num tambor de líquido inflamável vedado se houver qualquer possibilidade de que ele seja exposto a luz solar direta, ou for danificado de qualquer maneira, seu conteúdo deve ser imediatamente transferido para um recipiente em bom estado em que seja limpo ou que tenha sido usado para guardar o mesmo líquido anteriormente.

     O recipiente substituto deve ser do tipo que satisfaça as exigências necessárias de segurança.Todo tambor deve ser verificado quanto à presença do rótulo identificando seu conteúdo. É importante que este rótulo permaneça claramente visível para evitar confusão com outro inflamável e também facilitar o descarte seguro. Talvez o equipamento mais comum para armazenar pequenas quantidades de líquido inflamável sejam os portáteis variando de 1 a 15 litros. Os recipientes seguros são feitos de várias formas.
Container de Armazenamento de Líquidos Inflamáveis
     Recipientes especiais podem ser usados para líquidos viscosos como os óleos pesados. Os recipientes para o uso final também são fabricados de muitas formas, para diferentes aplicações. Somente os recipientes de segurança reconhecidos ABNT, FM ou UL devem ser considerados aceitáveis para o manuseio de líquidos inflamáveis, seja para o armazenamento, transporte ou utilização final. Os recipientes devem ser pintados de vermelho e ter rótulos claramente visíveis e legíveis que identifiquem os conteúdos e indiquem os riscos existentes.

     O aço inoxidável ou recipientes não pintados podem ser usados para líquidos corrosivos de tinta. Os líquidos inflamáveis geralmente são comprados em pequenos recipientes com tampas e roscas. Embora eles satisfaçam rígidos padrões para se qualificarem como recipientes para transporte, não oferecem necessariamente proteção contra o fogo, o que é exigido de recipientes para armazenamento e transporte de líquidos combustíveis e inflamáveis. Conseqüentemente recomenda-se que em cada caso em que um grau maior de segurança deva ser obtido, todos os líquidos inflamáveis sejam transferidos para recipientes “reconhecidos”, tão logo os recipientes de transporte sejam abertos.

sábado, 21 de janeiro de 2012

Impactos dos acidentes e doenças do trabalho (micro e pequenas empresas)

     Por que devemos prevenir os acidentes e doenças decorrentes do trabalho?
     Sob todos os aspectos em que possam ser analisados, os acidentes e doenças decorrentes do trabalho apresentam fatores extremamente negativos para a empresa, para o trabalhador acidentado e para a sociedade.

     Anualmente, as altas taxas de acidentes e doenças registradas pelas estatísticas oficiais expõem os elevados custos e prejuízos humanos, sociais e econômicos que custam muito para o País, considerando apenas os dados do trabalho formal.

     O somatório das perdas, muitas delas irreparáveis, é avaliado e determinado levando-se em consideração os danos causados à integridade física e mental do trabalhador, os prejuízos da empresa e os demais custos resultantes para a sociedade.

     Danos causados ao trabalhador

     As estatísticas da Previdência Social, que registram os acidentes e doenças decorrentes do trabalho, revelam uma enorme quantidade de pessoas prematuramente mortas ou incapacitadas para o trabalho.

     Os trabalhadores que sobrevivem a esses infortúnios são também atingidos por danos que se materializam em:

- sofrimento físico e mental;
- cirurgias e remédios;
- próteses e assistência médica;
- fisioterapia e assistência psicológica;
- dependência de terceiros para acompanhamento e locomoção;
- diminuição do poder aquisitivo;
- desamparo à família;
- estigmatização do acidentado;
- desemprego;
- marginalização;
- depressão e traumas.

     Prejuízo das empresas

     As micro e pequenas empresas são fortemente atingidas pelas conseqüências dos acidentes e doenças, apesar de nem sempre os seus dirigentes perceberem este fato.

     O custo total de um acidente é dado pela soma de duas parcelas: uma refere-se ao custo direto (ou custo segurado), a exemplo do recolhimento mensal feito à Previdência Social, para pagamento do seguro contra acidentes do trabalho, visando a garantir uma das modalidades de benefícios estabelecidos na legislação previdenciária. A outra parcela refere-se ao custo indireto (custo não segurado). Estudos informam que a relação entre os custos segurados e os não segurados é de 1 para 4, ou seja, para cada real gasto com os custos segurados, são gastos 4 com os custos não segurados.


     Os custos não segurados impactam a empresa principalmente nos seguintes itens:

- salário dos quinze primeiros dias após o acidente;
- transporte e assistência médica de urgência;
- paralisação de setor, máquinas e equipamentos;
- comoção coletiva ou do grupo de trabalho;
- interrupção da produção;
- prejuízos ao conceito e à imagem da empresa;
- destruição de máquina, veículo ou equipamento;
- danificação de produtos, matéria-prima e outros insumos;
- embargo ou interdição fiscal;
- investigação de causas e correção da situação;
- pagamento de horas-extras;
- atrasos no cronograma de produção e entrega;
- cobertura de licenças médicas;
- treinamento de substituto;
- aumento do prêmio de seguro;
- multas e encargos contratuais;
- perícia trabalhista, civil ou criminal;
- indenizações e honorários legais; e
- elevação de preços dos produtos e serviços.

     Custos resultantes para a sociedade

     As estatísticas informam que os acidentes atingem, principalmente, pessoas na faixa etária dos 20 aos 30 anos, justamente quando estão em plena condição física.

     Muitas vezes, esses jovens trabalhadores, que sustentam suas famílias com seu trabalho, desfalcam as empresas e oneram a sociedade, pois passam a necessitar de:

- socorro e medicação de urgência;
- intervenções cirúrgicas;
- mais leitos nos hospitais;
- maior apoio da família e da comunidade; e
- benefícios previdenciários.

     Isso, conseqüentemente, prejudica o desenvolvimento do País, provocando:

- redução da população economicamente ativa;
- aumento da taxação securitária; e
- aumento de impostos e taxas.

     É importante ressaltar que, apesar de todos os cálculos, o valor da vida humana não pode ser matematizado, sendo o mais importante no estudo o conjunto de benefícios que a micro ou pequena empresa consegue com a adoção de boas práticas de Saúde e Segurança no Trabalho, pois, além de prevenir acidentes e doenças, está vacinada contra os imprevistos acidentários, reduz os custos, otimiza conceito e imagem junto à clientela e potencializa a sua competitividade.

domingo, 15 de janeiro de 2012

Acondicionamento de carga nos transportes rodoviários

     Orientações relativas às melhores práticas europeias quanto ao acondicionamento de carga nos transportes rodoviários.

Acondicionamento da carga nos transportes rodoviários

sábado, 14 de janeiro de 2012

Riscos e Prevenção de Acidentes em Máquinas

     A seleção e aplicação das diferentes técnicas de segurança em máquinas requer um envolvimento e participação dos diferentes atores que participam da cadeia produtiva. Além das empresas que compram e dos trabalhadores que operam com as máquinas, nesta cadeia participam ainda os setores de fabricação e projeto, de venda, dos serviços de instalação e de manutenção. Do ponto de vista da segurança, os fabricantes e projetistas tem um papel privilegiado, pois podem interferir neste ciclo, assegurando que a máquina nasça com segurança desde o berço.

     A adaptação de proteções, com a máquina já em funcionamento, é muito mais difícil e onerosa. Os trabalhadores usuários das máquinas, por conhecer de perto o sistema de produção e a atividade a ser desenvolvida, têm uma grande contribuição na escolha e acompanhamento do funcionamento dos mecanismos de segurança. Além dos riscos mecânicos, que são mais enfocados neste trabalho, as máquinas podem representar outros riscos aos trabalhadores (ruído, calor, vibração, radiação, etc) conforme discriminado no roteiro para avaliação de riscos ao final do texto.

     Riscos decorrentes de movimentos e ações mecânicas das máquinas

     Existem muitos riscos mecânicos criados pelas partes móveis dos diferentes tipos de máquinas. O contato com as partes móveis das máquinas é considerado como fonte de mais 10% de todos os acidentes ocupacionais na Suécia, a partir de 1979, quando este item foi incluído na estatística sobre a origem das lesões ocupacionais (DÖS&BACKSTRÖM, 1998).

     As partes móveis que representam riscos mecânicos envolvem os seguintes pontos: O ponto de operação, o ponto onde o trabalho é executado no material, como ponto de corte, ponto de moldagem, ponto de perfuração, de estampagem, de esmagamento, ou ainda de empilhamento de material; Mecanismo de transmissão de força, qualquer componente do sistema mecânico que transmite energia para as partes da máquina que executam o trabalho.

     Estes componentes incluem volantes, polias, correias, conexões de eixos, junções, engates, fusos, correntes, manivelas e engrenagens; Outras partes móveis, que inclui todas as partes da máquina que movem enquanto a máquina está trabalhando, tal como movimento de ida e volta, partes girantes, movimentos transversais, como também mecanismos de alimentação e partes auxiliares da máquina.

    Uma ampla variedade de movimentos mecânicos e ações podem apresentar perigos para os trabalhadores. Estes movimentos mecânicos e ações são básicas a quase todas máquinas, e o reconhecimento dos riscos que representam é o primeiro passo para a proteção dos trabalhadores.

     Movimentos mecânicos que representam riscos

    Há três tipos básicos de movimento mecânico: movimento giratório; movimento alternado (vai e vem); retilíneo ou transversal.

     Movimento Giratório
    O movimento mesmo lento, de partes giratórias pode ser perigoso podendo gerar ferimentos graves. Setas giratórias lentas podem agarrar vestimentas e forçar um braço ou a mão em uma posição perigosa. Anéis, junções, engates, embreagens, volantes, pontas, fusos e eixo horizontal ou vertical são alguns exemplos típicos de mecanismos giratórios que podem ser perigosos. Existe perigo adicional quando pinos, facas, lixas, chaves, roscas ou parafusos fixos estão expostos em partes giratórias das maquinas, podendo atingir uma pessoa ou ser arremessadas durante o giro das mesmas.

     Pontos entrantes (de beliscão) em correntes são criados pelas partes giratórias da maquina. Há três tipos principais de pontos entrantes (de beliscão): partes com eixos paralelos podem girar em direções opostas. Estas partes podem estar em contato (produzindo assim um ponto entrante) ou em proximidade íntima um para o outro, onde a alimentação de material entre os rolos produz os pontos entrantes (de beliscão). Este perigo é comum em maquina com engrenagens, moinhos giratórios, calandra de borracha, cilindros de secagem de papel, cilindros de massa na industria alimentícia.

     Outro tipo de ponto entrante é criado entre partes móveis girantes e tangenciantes, como o ponto de contato entre uma correia de transmissão de força e sua polia; uma corrente e uma roda dentada; ou uma coroa e um pinhão. Pontos entrantes também podem existir entre partes giratórias e partes fixas que criam um tosquiamento, esmagamento ou ação de irritação. Exemplos incluem discos manuais ou volantes com raios, roscas transportadoras abertas ou a periferia de um disco abrasivo e um suporte ajustado incorretamente.
 
     Movimento Alternado
    Pode ser perigoso porque durante a ida e a volta ou movimento de subida e descida, um trabalhador pode ser golpeado por ou pode ser pego entre uma parte móvel e uma parte estacionária. Elevadores de carga da construção civil são exemplos de equipamentos com movimento alternado vertical.

     Movimento Retilíneo 
    Movimento em uma reta, linha contínua, cria um perigo pois o trabalhador pode ser golpeado ou pode ser pego em um ponto de aperto ou ponto de corte por uma parte móvel. Um exemplo de movimento retilíneo perigoso é o movimento de uma esteira aberta que pode arrastar ou ferir uma pessoa.

    Ações Mecânicas e seus riscos

    Há quatro tipos básicos de ação mecânica: Ação de corte, Ação de puncionamento, Ação de cisalhamento, Ação de dobramento ou flexão.

Ação de Corte
     Envolve movimentos giratórios, alternados e transversais. A ação cortante cria perigos no ponto de operação podendo ocorrer ferimento no corpo do trabalhador. Além de mãos e dedos, outras partes como a cabeça, olhos e face podem ser atingidos por cavacos ou fagulhas arremessados, causando ferimentos. Exemplos típicos de máquinas com ação de corte perigosa incluem serras de fita, serras circulares, fresadoras, plainas, furadeiras, tornos mecânicos e moinhos.

Ação de Puncionamento
     Ocorre quando é aplicada força a um êmbolo, pistão ou martelo com a finalidade de amassar, repuxar ou estampar metal ou outros materiais. O risco deste tipo de ação reside no ponto de operação onde o material é inserido, segurado e retirado pela mão. Máquinas típicas que usam ação de puncionamento são prensas mecânicas nos trabalhos metalúrgicos.

Ação de cisalhamento
     Ocorre na aplicação de força em uma lâmina ou faca visando aparar ou tosquiar metal ou outros materiais. O perigo acontece no ponto de operação onde o material é propriamente inserido, segurado e retirado. Exemplos típicos de maquinas usadas para cisalhar são as guilhotinas, tesouras mecânicas motorizadas, tesouras hidráulicas e pneumáticas.

Ação de dobra ou flexão
     Ocorre quando é aplicada força a uma lâmina para amoldar, puxar ou estampar metal ou outros materiais. O perigo acontece no ponto de operação onde o material é inserido, segurado e retirado. Equipamentos que usam ação de dobra incluem prensas mecânicas, viradeiras e dobradeiras.

     Requisitos mínimos para proteção de máquina
    A proteção de uma máquina têm que atender aos seguintes requisitos para garantir segurança contra os riscos mecânicos:

     Prevenir contato
    A proteção tem que impedir ou prevenir que as mãos, braços ou qualquer parte do corpo ou vestimenta de um trabalhador entre em contato com as partes móveis perigosas, eliminando a possibilidade de acidentes.

     Ter estabilidade no tempo
    As proteções e dispositivos de segurança devem ser feitos de material durável que suporte as condições de uso, sendo firmemente afixados à máquina. Somente pessoas autorizadas, normalmente só o pessoal de manutenção ou teste pode, temporariamente, remover, deslocar, ou retirar uma proteção.

     Proteger de queda de objetos
    A proteção deve assegurar que nenhum objeto possa cair nas partes móveis, danificando o equipamento ou se tornando um projétil, que pode ser arremessado contra uma pessoa causando ferimento.

     Não criar perigos novos
     Uma proteção perde seu objetivo quando cria em si um perigo adicional, tal como um ponto de cisalhamento, uma extremidade dentada ou uma superfície inacabada. Sistemas de alimentação automática como robôs, podem ser usados como proteção desde que o movimento de seus braços por exemplo não representem riscos aos trabalhadores.

     Não criar interferência
    Proteções que impedem ou dificultam os trabalhadores de executar normalmente suas atividades são rapidamente desconsideradas e deixadas de lado. Componentes para lubrificação, por exemplo devem ser instalados de fora de uma porta de proteção, de modo que a lubrificação possa ser feita sem necessidade de ingresso do trabalhador na área de risco.

     Participação e Capacitação em Segurança
     Mesmo o sistema de proteção mais elaborado não pode oferecer proteção efetiva se os trabalhadores não participam de algum modo nas diferentes etapas como projeto, implantação, etc. A participação é a garantia de que o dispositivo será efetivo e irá cumprir com sua finalidade. Além deste envolvimento, a capacitação específica e detalhada é uma parte importante de qualquer esforço para conseguir segurança em máquina.

     A proteção adequada pode melhorar a produtividade e aumentar a eficiência uma vez que pode aliviar os trabalhadores de medos de acidentes e lesões. A capacitação em segurança é necessária para os operadores novos, para a manutenção ou para o pessoal de instalação, quando nova proteção ou alteração é instalada, ou quando os trabalhadores são nomeados para novas máquinas ou operações.

     A capacitação deve minimamente abranger:
 
     - uma descrição e identificação dos riscos associados com cada máquina e as proteções específicas contra cada risco;

     - como funcionam as proteções; como e por que devem ser usadas;

     - como e em que circunstâncias pode ser removida uma proteção, e por quem (na maioria dos casos, só o pessoal de conserto ou manutenção);

     - o que fazer (por exemplo, contatar o supervisor) se uma proteção é danificada ou se perde sua função, deixando de garantir uma segurança adequada.
 
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